sexta-feira, 30 de abril de 2010

Mais um ano de blog!



Olá para os visitantes do blog! Ontem, dia 29, fez dois anos que mantenho o meu blog no ar e, apesar das poucas atualizações que tenho feito ultimamente, não penso em desistir. Estou apenas organizando o meu tempo e sempre com muitas ideias boas pra poder colocar aqui. Ainda estou projetando dar uma cara nova ao meu espaço de pensamentos, bem sobre o que vou colocar, pois os nossos gostos não se mantêm constantes por muito tempo. Por isso é que somos todos mutantes!



"Sentir tudo de todas as maneiras,

Viver tudo de todos os lados,

Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,

Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos

Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo"


(Fernando Pessoa)

terça-feira, 20 de abril de 2010

Brasília - 50 anos!!!








Olá para todos os amigos do meu blog! E é em ritmo de festa e um pouquinho longe da minha cidade (tá, eu morava em Taguatinga, cidade que junto com Brasília dá um charme ao DF) que a parabenizo por seus 50 anos! A construção de Brasília em 5 anos com a intenção de fazer o Brasil avançar 50 deu uma nova cara a este país. A transferência da capital para o centro-oeste ajudou a desenvolver mais o interior do Brasil e tentar diminuir suas desigualdades. Brasília é única no mundo inteiro, seja por sua arquitetura, seja por sua localização, seja por seu povo. Você pode até não gostar da arquitetura, dos espaços imensos de Brasília, mas jamais poderá dizer que viu algo parecido. A sua beleza é única.

E como todo espaço urbano, Brasília apresenta seus pontos negativos. Devo confessar que agora que estou morando em outro estado, vejo o quanto nós, brasilienses, somos um povo um pouco frio e não muito acolhedor. Ironia até dizer isso, pois Brasília não apresenta uma cultura definida justamente por ser muito nova e ser formada por gente de todo esse imenso Brasil. É um ponto bem negativo que considero, pois deveríamos ser mais humildes e menos "nariz empinado". Outro fator que tenho que comentar é que a cidade não foi feita para pedestres e muito menos para pessoas que moram em cidades-satélites mais distantes. Andar a pé na capital é uma tarefa árdua, seja pela falta de calçadas, seja pelo transporte público precário.

Por fim, gosto de Brasília por sua arquitetura, seu jeito único de ser e também porque nasci lá. Parabéns pelos seus 50 anos de existência! Que esta cidade seja um lugar acolhedor, digno e que traga esperanças para todos que desejam edificar suas vidas em seu território. Meu pai e minha irmã iriam adorar estar presentes nessa data!


Mais fotos sobre Brasília e sua construção no site da Universidade de Brasília (UnB):
http://www.unb.br/galeria/index_interna.php?id=33

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sermão de Santo Antônio aos peixes


Olá, galerinha! Estou juntando ideias para mudar o visual do blog na data que comemorar 2 anos (29 de abril). Enquanto isso, vou colocando coisas super interessantes. Um grande abraço!


"Sermão de Santo Antônio aos peixes", do padre Antônio Vieira


Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os Pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra, o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra não se deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os Pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo a verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os Pregadores dizem uma coisa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem; ou é porque o sal não salga, e os Pregadores se pregam a si, e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Filhos de políticos nas escolas públicas


Filhos de políticos nas escolas públicas

Quanto custa estudar no Brasil? Depende. Se você estiver entre os 20% mais ricos da população, vai chegar ao fim de 20 anos de colégio e faculdade com uma formação de aproximadamente R$ 250 mil. Isso significa cerca de R$ 1 mil por mês. Nessa conta entram o dinheiro que você tira do próprio bolso para pagar as mensalidades e a contribuição que o governo faz (com investimento em universidades estatais e deduções de imposto). Agora, se você fizer parte dos outros 80%, sua educação receberá um investimento bem menor: o equivalente a R$ 116 por mês. Esse é o total gasto pelo país por aluno para manter as escolas públicas, onde não se passa muito tempo. Em média, essa parte da população completa só 5 anos de estudo formal, geralmente entre os 7 e os 11 anos de idade.

Ou seja: enquanto ricos estudam em escolas de qualidade por um longo tempo, o resto estuda por pouco tempo em escolas ruins. Como senador, tenho um projeto que pretende amenizar essa desigualdade. Minha proposta é a de que políticos eleitos - vereadores, prefeitos, deputados, senadores e o presidente - fiquem obrigados a matricular seus filhos em escolas públicas. Caso contrário, perderão seu mandato. O projeto já foi apresentado e agora espera avaliação do Senado e da Câmara.

No Brasil do passado, só classes com influência tinham vaga nas boas escolas públicas. Filhos de pobres não estudavam, ou frequentavam colégios particulares mantidos pela Igreja Católica, como seminários. Hoje filhos de eleitos estão entre os 20% mais ricos, em geral. E vão a colégios particulares.

Em lugares como Reino Unido e Cingapura, políticos nem pensam em colocar os filhos em escolas particulares. Os eleitores não aceitariam essa escolha, porque ela significaria ignorar a boa qualidade das escolas públicas de lá. Se um político é descoberto matriculando o filho no ensino privado, acaba nos jornais. Tem de se desculpar publicamente e transferir a criança para uma instituição pública.

Se políticos brasileiros tiverem de matricular os filhos em escolas públicas, elas receberão mais atenção dos governantes. O resultado será um ensino de qualidade para todos. E um país mais próximo dos princípios republicanos, com uma sociedade unida, sem divisão entre aristocracia e plebe. Há quem diga que essa obrigação fere a liberdade do político. Mas todo cidadão é livre para não ser candidato. Se ele opta pela vida pública, deve assumir obrigações. Esse seria só mais um de seus compromissos com os eleitores, com a nação e com a República.


*Cristovam Buarque é professor de economia da Universidade de Brasília e senador pelo PDT/DF.
**Artigo publicado na revista Superinteressante nº 277, de abril/2010.