domingo, 13 de junho de 2010

Escolha diferente e talentos desperdiçados...


Olá, amigos do meu blog! Como vocês vão? Todos em ritmo de Copa do Mundo ou não estão nem ligando para esse evento? Eu digo que para mim tanto faz pois não sou um torcedor de futebol. Pra dizer a verdade, não curto muito o esporte. Gosto é gosto, né?
Nesses dias, eu estava navegando pela internet e vi reportagens interessantes sobre a profissão que escolhemos ter e direcionamento diferente para o mercado de trabalho. Explicando: uma pessoa cursa um determinado curso na faculdade, mas trabalha em outra área. Tudo isso porque aquela profissão que sonhamos não corresponde às nossas perspectivas salariais. Então as faculdades formam grandes talentos, mas esses mesmos talentos se direcionam para outras áreas, pois precisam ter ganhos compatíveis com o custo de vida de onde moram. Isso infelizmente acontece muito com os professores.
Leiam o texto e vejam se entendem. Um grande abraço a todos!


Faltam professores no Centro de Ensino Fundamental Nº 3

Em Taguatinga, os estudantes da escola pública voltam para casa mais cedo todos os dias. Regional de Ensino diz que a direção de cada escola tem conhecimento prévio da ausência dos professores.

A estudante Pamela Silva está preocupada com o conteúdo de português. O professor faltou um mês e não houve substituto. Sem aula, os alunos saem mais cedo da escola. “A gente está preocupada, por que como que passa de ano sem conteúdo no caderno? Não tem como a gente passar de ano assim”, reclama a estudante.

“Ontem faltou professor de uma matéria. Aí a diretora falou que quem quisesse ficar na escola jogando futebol, podia. E quem quisesse ir embora, podia ir pra casa”, conta o estudante Roni Oliveira.

“Os meninos chegando cedo em casa, sem aula. Dizem que os professores faltaram ou estão de atestado. E a gente fica sem graça, fica com medo deles saírem da escola e irem para outro lugar”, fala Jurema Ferreira, mãe de um aluno.

O Centro de Ensino Fundamental de Taguatinga Nº 3 tem 1.375 alunos. Nesta quarta-feira, dia 26, cinco professores faltaram e não houve substituição. “Está faltando aula de artes, português. São os professores que mais faltam”, revela o estudante Darleson Lima. “A justificativa é porque fez cirurgia, o irmão morreu. Aí falta aula”, acrescenta outro aluno. “As aulas que mais faltam são história, educação física e português”, conta a estudante Elaine Duarte.

Segundo a Regional de Ensino, a direção de cada escola tem conhecimento prévio da ausência dos professores e deve fazer um planejamento das substituições e aulas. A diretora do Centro de Ensino Fundamental Nº 3 está em férias até o dia 1°de junho. A vice, Luciene Rodrigues Xavier, não quis explicar porque liberou os alunos antes do fim do horário e deixou de aplicar atividades curriculares.

A Regional não autoriza liberações e vai investigar a denúncia. Admite problemas com o banco de professores reservas. No cadastro, não há substituto para aulas de arte e nenhum professor de português cadastrado aceitou o trabalho temporário. O diretor da Regional diz que as aulas vão ser repostas. “Da própria direção e junto conosco, vamos determinar uma estratégia de fazer, que todo o conteúdo que não foi dado, seja ministrado até o final do ano”, garante o diretor da Regional de Ensino de Taguatinga Francisco Roza Filho.

O diretor Regional de Ensino garantiu que amanhã, dia 27, todos os professores estarão de volta ao Centro de Ensino Fundamental nº 3. Segundo ele, um professor está de licença, outro de abono e o quarto vai ser remanejado de outra escola.


Marina Costa / Edgar de Andrade


Link da fonte: http://dftv.globo.com/Jornalismo/DFTV/0,,MUL1595888-10039,00-FALTAM+PROFESSORES+NO+CENTRO+DE+ENSINO+FUNDAMENTAL+N.html




Recém-formados trocam profissão por concurso público

Desiludidos com a carreira que escolheram, ex-alunos da UnB acabam exercendo atividades diferentes

Isabela Azevedo - Da Secretaria de Comunicação da UnB


Para receber um diploma da Universidade de Brasília, os estudantes enfrentam vestibular concorrido e quatro a seis anos de intenso estudo. Em muitos casos, o canudo entregue na cerimônia de colação de grau é apenas o pré-requisito para uma nova meta de vida: passar em concurso público, mesmo que o emprego não tenha nada a ver com a graduação.

A estabilidade e os altos salários oferecidos pelos editais têm desestimulado os estudantes a aceitar salários menores e ritmo intenso de trabalho na sua área profissional. Foi o que aconteceu com a dentista formada pela UnB Ana Carolina Bertolo. A brasiliense de 24 anos trocou o atendimento em consultório por uma vaga na Polícia Civil. “Hoje, meu salário bruto como agente é de R$ 7.500. Levaria de cinco a dez anos de carreira para receber essa remuneração como dentista”, compara Ana Carolina, que se diz muito satisfeita na atual profissão. “Pretendo cursar Direito e prestar concurso para delegada”, completa.

Segundo uma pesquisa divulgada do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a estabilidade social é terceiro valor mais importante na opinião dos brasileiros, perdendo apenas para o bem estar dos próximos e da humanidade. A estabilidade social citada no estudo inclui a estabilidade econômica. “Isso mostra que os valores de conservação estão sendo mais apreciados do que os de autopromoção. Isso ficou mais evidente no Centro-Oeste, o que pode ter relação com os concursos públicos”, explica o economista Flávio Comim, do PNUD. Durante a pesquisa, foram entrevistadas 4.017 pessoas de 300 cidades brasileiras.
FALTA DE INFORMAÇÃO – Além da estabilidade econômica e dos altos salários do funcionalismo público, os recém-formados pela UnB culpam as escolas por não fornecer informações sobre mercado de trabalho aos alunos. “Quando saímos do ensino médio e escolhemos a profissão, não temos noção de quanto é o salário. Ninguém lhe explica isso”, reclama o desenhista industrial Jorge Sasaki, de 26 anos, que aguarda ser chamado no concurso do Banco Central, que pagará R$ 13 mil aos analistas da área administrativa.

“As escolas deveriam se focar em uma educação vocacional e não apenas em ações isoladas, como o convite de um profissional para dar palestra no colégio, por exemplo”, opina a professora da Faculdade de Educação, Olgamir Carvalho.A docente coordenou uma pesquisa realizada em 2006 sobre orientação vocacional para alunos que se preparavam para concorrer a última etapa do PAS. Segundo ela, as escolas particulares são as que mais se preocupam em orientar esses alunos. “Mas isso ainda não é o suficiente. A escola ainda está mais preocupada com o desempenho dos alunos no vestibular do que estimular aptidões que podem guiar a carreira do estudante”, afirma.

A engenheira elétrica Renata Coelho, que se formou na UnB em 2008, não se identificou com o curso. Nunca trabalhou na área. Acaba de passar no concurso do Banco Central. “Na escola, a orientação vocacional é muito simples. Quem gosta de matemática deveria ir para exatas. Mas não funciona bem assim”, comenta.

A nutricionista Nádia Pimenta, formada pela UnB no fim de 2007, é servidora do Ministério da Integração Nacional. Quando perguntada sobre o que mais gosta no emprego burocrático, a jovem de 25 anos cita a tranqüilidade do ambiente e o salário de R$ 5.200. “Esse trabalho não era o meu sonho, mas é aquele que me possibilita realizar vários outros sonhos”, justifica. “Para nós, professores, é meio frustrante. Na maioria das vezes, é um desperdício de talento e de recursos da universidade. Mas, realmente o custo de vida de Brasília é muito alto”, lamenta o professor Fernando Araripe, do Departamento de Biologia Celular.



Link da fonte: http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=3381

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