quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Caramelo: amizade humana ou amizade animal?



Dias atrás, abri um site de notícias e vi a reportagem sobre o cachorro Caramelo e sua atitude de companheirismo e fidelidade ao ficar ao lado do túmulo de sua dona. Comoção geral nisso. Hoje abri o site e vi a foto do tal cão novamente. Esperei me emocionar sobre mais uma lição de amizade quando lesse a reportagem. Mas o que vi é que confundiram de animal e que aquele não é o tal do cão Caramelo. Bom, não sei se realmente se equivocaram como também não sei se quiseram apenas ganhar ibope. Minhas palavras não são para julgar, mas para pegar o gancho do assunto e falar sobre amizade, sentimentos e até discutir o que é certo ou não.

Já tive vários cachorros e sei que a amizade deles é algo fora do comum. Por mais que você grite, bata ou chute, momentos depois está lá o seu amigo querendo o seu carinho e te fazendo companhia novamente. Eles realmente parecem entender sentimentos humanos e por isso são considerados como membros da família. Quando se vão, impossível seus donos não ficarem de luto. Mas um animal merece tanta comoção assim a ponto de ter uma notícia só pra ele no jornal? Bom, na minha opinião, acho que sim. Não que você vá trocar a amizade de um ser humano por um animal (cada caso é um caso). Somos bastante sensíveis e nos magoamos com muitas pessoas durante a nossa vida, criando até um trauma de voltar a confiar em alguém. Creio que aí exista uma substituição na vida da pessoa e desencadeie sua preferência por animais de estimação (não só o cachorro, mas também o gato). O que temos que entender é que a amizade que um cão oferece é diferente da amizade que um ser humano oferece (óbvio isso, não?). Um cachorro não conversa, não compartilha experiências e nem resolve coisas por você. Faz companhia, com certeza.

Não sei se ainda estou conseguindo manter a coerência do meu pensamento, mas é que nessa tal reportagem que li, observei também os comentários, dentre eles pessoas que criticavam que o correto seria adotar crianças e não cães. O que me entristece é um pouco da ignorância humana e sua pouca capacidade de compreender atos alheios. Às vezes uma pessoa não quer ter filhos e isso é todo direito dela, mas nem por isso quer se sentir sozinha. Concordo que muitos gastam excessivamente com coisas para animais, mas aí é cada um que sabe de si. Não dá pra mandar no dinheiro dos outros. O que é errado pra mim, pode não ser tão grave para o outro. A gente conversa e mostra a nossa opinião com bons argumentos, mas sem forçar ninguém a ser do jeito como queremos. Há crianças que precisam ser ajudadas, que passam fome e que precisam de um lar. Mas nem todos têm o desejo de ter filhos. Um animal pode trazer companhia para as pessoas, mas jamais devemos deixar de lado o contato com outros humanos.

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