quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Enquanto chove lá fora
ENQUANTO CHOVE LÁ FORA
Enquanto eu reviro papéis e lembranças antigas em meu quarto
Chove intensamente lá fora
De nada adianta fazer lindos barquinhos de papel
Se eles irão se desmanchar naquelas águas pesadas
Como sonhos brilhantes que se perdem em bueiros
E como chamas que não conseguem se manter acesas
O dia amanheceu nublado, oculto e frio
Chove intensamente lá fora
Eu não acreditei nas horas que vinham e voltavam
E nos relógios que tiquetaqueavam
E nem nos sons da água que se propagava
Que escondiam o meu soluçar interno
Quando pego o meu guarda-chuva, não há escapatória
Chove intensamente lá fora
O que eu mais queria era ocultar o meu rosto e desviar das pessoas
A cada passo, uma poça de sangue se formava
Tão vermelha quanto a ira e a fuga
Tão profunda quanto a carência e o esquecimento
Os carros passam e espalham as águas
Chove intensamente aqui fora
Para onde olhar se o que importa é o caminho livre?
De repente, o deitar forçado no chão, a dor intensa no peito
O giro da inconsciência, gotas diretas em meu rosto, olhar frágil...
É, realmente chove aqui fora...
(Por Roberto Borges, autor deste blog)
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