domingo, 29 de junho de 2008

A hora da grande estrela



Aqui coloco Clarice Lispector e uma de suas mais brilhantes obras: A hora da Estrela.
É um livro fascinante, com uma excelente narrativa e uma abertura ou talvez uma transição entre Modernidade e Pós-modernidade.

O começo nos apresenta o narrador Rodrigo S.M., que nos conta a história da nordestina Macabéa e tenta nos mostrar em detalhes o que a protagonista da história não menciona sentir em momento nenhum. Enquanto Rodrigo volta ao passado, se preocupa com as coisas ao seu redor e tenta resolvê-las, Macabéa mostra-se um ser pós-moderno, um ser que não está nem aí, que parece aceitar as coisas como elas são, dando uma idéia de que talvez nem tenha consciência de sua própria existência.

Macabéa parece passar toda a sua vida despercebida ou desprezada por quem a percebe e somente no final, quando as luzes do palco se voltam para a sua imagem e todos percebem a sua existência, ela tem o seu momento de estrela e parece pagar com a vida esse momento.

E assim começa a se mostrar a pós-modernidade. Sem conceito ou um nome próprio para designar esse mundo contemporâneo, parece que esquecemos de dar valor ao ser humano. O homem parece não mais existir para as artes, que agora focam o abstrato, o vazio, o nada. As pinturas têm se tornado abstratas, a música já parte para o lado eletrônico e a voz do homem parece sumir. Os poemas não expressam mais características de alguém que se preocupa com o passado, mas sim como se uma pessoa ficasse rabiscando um papel quando não se tem nada pra fazer (ver o livro "Tudos" de Arnaldo Antunes) ... Se é que me entendem...

Deus parece não existir mais para o homem...

O homem parece não existir mais para ele mesmo...

Para onde então caminha a humanidade?

Para o nada?


OBS: Na foto Clarice Lispector.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Se não faz sentido, discorde comigo

Não olhe para trás - Capital Inicial
(http://letras.terra.com.br/capital-inicial/88462/)
Para uma boa leitura, coloco uma boa música para assim tornar esse momento mais agradável ainda.

DECLARAÇÃO DE AMOR
(Clarice Lispector)

Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa.

Ela não é fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de reagir às vezes com um verdadeiro pontapé contra os que temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialidade.

Às vezes ela reage diante de um pensamento mais complicado. Às vezes se assusta com o imprevisível de uma frase.

Eu gosto de manejá-la como gostava de estar montada num cavalo e guiá-lo pelas rédeas, às vezes lentamente, às vezes a galope.

Eu queria que a língua portuguesa chegasse ao máximo nas minhas mãos. E este desejo todos os que escrevem têm. Um Camões e outros iguais não bastaram para nos dar para sempre uma herança de língua já feita. Todos nós que escrevemos estamos fazendo do "túmulo do pensamento" alguma coisa que lhe dê vida.

Essas dificuldades, nós as temos. Mas não falei do encantamento de lidar com uma língua que não foi aprofundada.

O que recebi de herança não me chega.

Se eu fosse muda, e também não pudesse escrever, e me perguntassem a que língua eu queria pertencer, eu diria: inglês, que é preciso e belo. Mas como não nasci muda e pude escrever, tornou-se absolutamente claro para mim que eu queria mesmo era escrever em português. Eu até queria não ter aprendido outras línguas, só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida.


Clarice Lispector in A descoberta do mundo.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Entre o céu e o mar


E hoje foi o último dia de aula na pós. A saudade vai aparecer e o aprendizado irá se eternizar. O que aprendi? A dar valor aos seres humanos em seus mínimos detalhes, a respeitar os gostos, a aceitar e entender as variações linguísticas, os dialetos e que todos sabem falar a língua brasileira. Perguntaram-me outro dia porque eu não fiz faculdade de informática. Eu disse que gosto de informática, mas quem disse que eu não deveria gostar de Letras? Não é a moda do momento, não significa necessariamente um bom salário e boas condições de trabalho... mas aprendi a pensar, a dar valor, a filosofar, a dominar e respeitar o que sempre será um poder na humanidade: a comunicação!

O melhor de tudo é aprender a pensar, pois o ensino não foi mecânico, mas sim para me tornar um questionador de tudo. Quantas e quantas pessoas nascem e morrem sem saber fazer isso? Estou feliz com a minha profissão e espero poder compartilhar com todos uma nova maneira de ver o mundo, uma utopia, talvez, mas uma utopia que faz parte dos verdadeiros sonhos. Pois o combustível da vida é sonhar!

Longa vida às ciências humanas, pois são nelas que tentamos encontrar um verdadeiro valor humano perante um mundo pós-moderno onde nem mesmo o homem vale mais nada para si.


CONSTRUÇÃO ENTRE O CÉU E O MAR

Não sabemos onde termina o mar e começa o céu
E nem onde termina o meu amor e começa o seu
Por sua causa tive vontade de infinitamente me entregar
A esse coração que quer uma chance de mudar

Por esse amor em que eu acredito
Sou a pessoa mais feliz do mundo quando estou contigo
Sinto imensas saudades quando estamos longe,
Mesmo sendo por alguns metros de distância

Em vários momentos que a vida me aperta
Procuro por você
Se não te acho em frente aos meus olhos
Procuro bem aqui dentro, em meu coração

Muitas coisas se construirão ao longo dos anos
Carinho, respeito, admiração, amor, fidelidade
Quero em todos esses momentos te dizer:
Te amo, te amo, te amo!!!

Por: Roberto Borges

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Ter fé!


Olá para os raros visitantes deste humilde blog (e um "oi" super especial para o meu amorzinho)! Coloco aqui uma reflexão rápida, simples e profunda! Estejam a vontade para comentar! Abraço pra quem é de abraço e beijo pra quem é de beijo!

TER FÉ

Por um momento deixei de ter . Deixei de acreditar nos sentidos e só aceitei aquilo o que os meus olhos viam. Confesso que fiquei com um certo medo e receio, afinal, sentir-se sozinho e sem forças não é a melhor das sensações. No entanto, lembrei-me de que posso ter . Aliás, “lembraram-me” de que posso ter , pois nem pra isso eu fui forte naquele momento. Fico às vezes me perguntando como caí tão facilmente nas ciladas do mal? Gente pra nos enganar é só o que há.
Pude perceber então o quão importante é ter (não vou me cansar de repetir essa palavra, pois não posso esquece-la novamente) e fazer a minha parte. Não é fácil deixar de se render, não é tão fácil dizer um “não”... Ser persistente e seguir muitas vezes sozinho é coisa para corajosos... Bem como receber as mais duras críticas a seu respeito! Mas aí eu posso ser eu mesmo, conseguir um amadurecimento e estar mais forte para a vida.Quero ter novamente a minha . Quero sempre acreditar naquela pessoa especial que estou amando para construirmos a nossa felicidade.
Está faltando apenas mais ...

Por: Roberto Borges (autor deste blog)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Somos quem podemos ser, sonhos que podemos ter!

SOMOS QUEM PODEMOS SER
Engenheiros do Hawaii
Composição: Humberto Gessinger

Um dia me disseram
Que as nuvens
Não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração...

A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez...

Somos quem podemos ser...
Sonhos que podemos ter...


Um dia me disseram
Quem eram os donos da situação
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem essa prisão
E tudo ficou tão claro
O que era raro, ficou comum
Como um dia depois do outro
Como um dia, um dia comum...

A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez...

Somos quem podemos ser...
Sonhos que podemos ter...

Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem essa prisão

Quem ocupa o trono
Tem culpa
Quem oculta o crime
Também
Quem duvida da vida
Tem culpa
Quem evita a dúvida
Também tem...

Somos quem podemos ser...
Sonhos que podemos ter...


Comentário meu: a música em si parece comentar de um pré-adolescente e/ou de pessoas que agora é que estão descobrindo como é o mundo real, o mundo escondido sob as cortinas de um conto de fadas. Mas a questão é: até quando é bom esconder a realidade de uma pessoa? Será que assim se prepara uma criança para o mundo se escondemos os fatos? Se escondemos uma informação importante de ou para uma pessoa... Ou será que se esconder dessa realidade que nos assusta e nos recua todos os dias é o melhor remédio?

Outra interpretação que tenho da música é a vontade e a firmeza de crescer. Devemos ter orgulho de quem somos e batalhar por todos os nossos sonhos. A capacidade de sonhar jamais deve ser tirada de um ser humano, seja ele quem for.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Beijo!


Coloco aqui uma matéria que encontrei no site do UOL falando sobre o beijo, essa coisa presente e totalmente essencial a um romance. Espero que curtam e que beijem muito no dia dos namorados!


"Quem é que não gosta de um beijo, daqueles de tirar o fôlego e que faz o coração bater mais forte? Com certeza, esses segundinhos (ou minutinhos) arrebatadores já fizeram você esquecer o resto do mundo. O beijo, que aparenta ser um ato simples, é responsável por uma avalanche de sentimentos e reações no organismo humano. E sem essa manifestação de carinho é impossível namorar ou amar alguém de verdade".

Um pouco de história e curiosidades sobre o beijo

Não se sabe como surgiu o primeiro beijo da humanidade. As referências mais antigas aos beijos foram esculpidas por volta de 2.500 a.C. nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia.
Os romanos tinham 3 tipos de beijos: o basium, trocado entre conhecidos; o osculum, dado apenas em amigos íntimos; e o suavium, que era o beijo dos amantes. Os imperadores romanos permitiam que os nobres mais influentes beijassem seus lábios, enquanto os menos importantes tinham de beijar suas mãos. Os súditos podiam beijar apenas seus pés.

Antigamente, na Escócia, o padre beijava os lábios da noiva no final da cerimônia de casamento. Dizia-se que a felicidade conjugal dependia dessa benção em forma de beijo. Depois, na festa, a noiva deveria circular entre os convidados e beijar todos os homens na boca, que em troca lhe davam algum dinheiro.

Na Rússia, uma das mais altas formas de reconhecimento oficial era um beijo do czar.

No século XV, os nobres franceses podiam beijar qualquer mulher que quisessem. Na Itália, entretanto, se um homem beijasse uma donzela em público naquela época era obrigado a se casar com ela imediatamente.

Beijo francês é aquele em que as línguas se entrelaçam. Também é conhecido como beijo de língua. A expressão foi criada por volta de 1920.

Na linguagem dos esquimós, a palavra que designa beijar é a mesma que serve para dizer cheirar. Por isso, no chamado "beijo de esquimó", eles esfregam os narizes. No Nordeste brasileiro, também se usa a palavra "cheiro" no lugar de "beijo".

Em 1909, um grupo de americanos que consideravam o contato dos lábios prejudicial à saúde criou a Liga Antibeijo.

Boatos no final do século XIX atribuíam à estátua do soldado italiano Guidarello Guidarelli, obra do século XVI assinada por Tullio Lombardo, o poder de arranjar casamentos fabulosos a todas as mulheres que a beijassem. Desde então, mais de 7 milhões de bocas já tocaram a escultura em Veneza.

Por causa do chefe de polícia de Tóquio, que achava o ato de beijar sujo e indecoroso, foram apagados dos filmes norte-americanos mais de 243.840 metros de cenas de beijos.
Oliver Cromwell, no século XVII, proibiu que fossem dados beijos aos domingos na Inglaterra. Os infratores eram condenados à prisão.

A biologia do beijo

Existe uma explicação científica para o beijo, que proporciona sensações tão agradáveis. Através dele, o ser humano libera seus neurotransmissores - substâncias químicas que transmitem mensagens ao corpo - provocando um estado de leveza física e emocional. Quando duas pessoas se beijam, a hipófise, o tálamo e o hipotálamo trabalham juntos na liberação dessas substâncias. Ocorre assim a "química do beijo", que exige um preparo, um tempero entre o casal, sem os quais os neurotransmissores cerebrais não funcionam.

Quando alguém se apaixona seu organismo é atacado por varias substâncias, dentre elas a feniletilamina. Uma simples troca de olhar, um aperto de mão ou beijo apaixonado podem desencadear a produção de feniletilamina.

Há mais de 100 anos que os cientistas conhecem esta substância, mas só recentemente é que os doutores Donald F. Klein e Michael Lebowitz, do Instituto Psiquiátrico Estadual de Nova Iorque descobriram a relação entre feniletilamina e o amor. Eles sugeriram que o cérebro de uma pessoa apaixonada contém grandes quantidades de feniletilamina, e que esta substância poderia ser a responsável, em grande parte, pelas sensações e modificações fisiológicas que experimentamos quando estamos apaixonados.

A dopamina também é um importante neurotransmissor que guarda relação com a emoção amorosa. A euforia, a insônia, a perda de apetite, o pensamento obsessivo de quem ama, estão diretamente relacionados com os níveis de dopamina. A dopamina também, de alguma forma, está relacionada com as endorfinas, que são morfinas naturais fabricadas pelo cérebro. Elas são as drogas do prazer, seja ele o prazer sexual, seja o prazer da emoção amorosa.

O beijo também está relacionado com os nossos sentidos. Durante o beijo visualizamos a pessoa amada mais de perto, sentimos o seu cheiro, sentimos o seu gosto e tocamos uma das partes mais sensíveis no nosso corpo, os lábios.

Durante um beijo são mobilizados 29 músculos, sendo 17 linguais. Os batimentos cardíacos podem aumentam de 70 para 150, melhorando a oxigenação do sangue, o que mostra que o beijo tem também benefícios para o coração. Mas há um detalhe, no beijo há uma considerável troca de substâncias, 9 miligramas de água, 0,7 decigramas de albumina, 0,8 miligramas de matérias gordurosas, 0,5 miligramas de sais minerais, sem falar em outras 18 substâncias orgânicas, cerca de 250 bactérias, e uma grande quantidade de vírus. Mas não se assuste com esses números, o beijo é ótimo. Além disso, o beijo gasta calorias. Acredita-se que um beijo caprichado consuma cerca de 12 calorias.

É verdade que tudo isso acontece, mas não podemos dizer que o amor pode ser explicado, somente, através de equações químicas e liberação de substâncias.

E o que realmente importa...

O beijo é uma das maiores manifestações de carinho, onde duas pessoas que se gostam podem expressar o mais profundo afeto. É também um termômetro do relacionamento. Não só a ausência do beijo, mas também quando o diálogo na vida a dois começa a diminuir, é sinal de que a relação está se deteriorando e precisa ser reavaliada.

O beijo é uma dança, e como, tal deve ter harmonia entre os participantes, você não pode pisar no pé do outro, os movimentos devem ser sincronizados, e quanto mais se conhece um ao outro e maior a intimidade, mais harmonia é alcançada.

Portanto, aproveite o mês dos namorados, se inspire, e demonstre o seu amor através desta que é uma das maiores manifestações de carinho, o beijo.


Fonte: http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=5403&LibCatID=5&fromhome=yes

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Meu amor sem fim



Continuando com a sessão "amor" em homenagem à semana dos namorados, coloco aqui uma das mais belas canções de amor que já escutei. Claro, eu, como bom fã da música e cultura anos 80, não poderia deixar de colocar Lionel Riche e Diana Ross em seu clássico "Endless Love" para fazer parte do meu canto cultural e de pensamentos que é este blog. Apreciem essa linda canção com quem vocês amam!

ENDLESS LOVE
Lionel Richie & Diana Ross
Composição: Lionel Richie

My love
Meu amor,
There's only you in my life
Existe apenas você em minha vida,
The only thing that's right
A única coisa que é certa.

My first love
Meu primeiro amor,
You're every breath that I take
Você é todo suspiro que dou,
You're every step I make
Você é todo passo que dou.

And I
E eu,
I want to share
Eu quero compartilhar
All my love with you
Todo meu amor com você.
No one else will do
Nenhum outro vai servir.
And your eyes
E seus olhos,
They tell me how much you care
Eles me dizem o quanto você se importa
Oh, yes you will always be
Oh, sim, você sempre será
My endless love
Meu amor sem fim.

Two hearts
Dois corações,
Two hearts that beat as one
Dois corações que batem como um só
Our lives had just begun
Nossas vidas apenas começaram.
Forever
Para sempre,
I'll hold you close in my arms
Eu te segurarei em meus braços.
I can't resist your charms
Não consigo resistir aos seus encantos.
And love
E amor,
I'll be a fool for you
Serei um bobo por você,
I'm sure
Tenho certeza.
You know I don't mind
Você sabe que não me importo,
You know I don't mind
Você sabe que não me importo,

Cause you
Pois você,
You mean the world to me
Você significa o mundo para mim.
Oh, I know
Oh, eu sei
I know I found in you
Eu sei que encontrei em você
My endless love
Meu amor sem fim.

And love
E amor,
I'll be a fool for you
Serei um bobo por você,
I'm sure
Tenho certeza.
You know I don't mind
Você sabe que não me importo,
You know I don't mind
Você sabe que não me importo,
And yes
E, sim
You'll be the only one
Você será o único,
'Cause no one can't deny
Pois ninguém pode negar
This love I have inside
Este amor que tenho aqui dentro
And I'll give it all to you
E vou dá-lo todo para você,
My love
Meu amor
My endless love...
Meu amor sem fim...

terça-feira, 10 de junho de 2008

Soneto do Amor Total


Continuando com a sessão de poemas:

SONETO DO AMOR TOTAL

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

(Vinícius de Moraes)

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Ninguém pode estragar o seu dia!




"Ninguém pode estragar o seu dia, a menos que você permita.

O colunista Sydney Harris acompanhava um amigo a banca de jornal.

O amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente,

mas, como retorno, recebeu o jornal, que foi atirado em sua direção.

O amigo de Sydney sorriu atenciosamente

e desejou ao jornaleiro um bom final de semana.

Quando os dois amigos desciam pela rua, o colunista perguntou:

- Ele sempre te trata com tanta grosseria?

- Sim, infelizmente é sempre assim.

- E você é sempre tão atencioso e amável com ele?

- Sim, sou.

- Por que você é tão educado, já que ele é tão rude com você?

- Porque não quero que ele decida como eu devo agir.

Nós somos nossos 'próprios donos'.

Não devemos nos curvar diante de qualquer vento que sopra,

nem estar à mercê do mau humor, da mesquinharia,

da impaciência e da raiva dos outros.

Não são os ambientes que nos transformam

e sim nós que transformamos os ambientes.

'Os tristes acham que o vento geme.

Os alegres e cheios de espírito afirmam que ele canta'.

O mundo é como um espelho, devolve a cada pessoa

o reflexo de seus próprios pensamentos."




(Desconheço a autoria)

Profissão: poeta


Giovanni Allevi - Come Sei Veramente (autor e nome da música, respectivamente)

Música para relaxar enquanto se lê o poema abaixo. O poema por si só já diz tudo.

Profissão: poeta

Sou poeta,
Sou garimpeiro.
Lapido versos
E reversos.
Transpiro
E respiro palavras.
De sol a sol,
De rima em rima,
Encontro a pedra,
O ouro, a jóia,
A poesia.

Sou poeta,
Sou pescador.
De palavras,
De sonhos,
De fantasias,
De amores.
Minha rede,
Jogo-a ao mar
Do anacoluto,
De ilusões,
De medos,
De risos,
De versos.
De palavras.

Sou poeta,
Sou doutor.
Curo feridas
Abertas,
Doloridas.
Recupero almas,
Corações,
Razões.
Vivifico vidas
E as revivo,
No pleonasmo
Vivo de cada dia.

E, no garimpo
Suado e personificado,
Pesco rimas nas miras
Dos anagramas enigmáticos.
Curo amores vermelho-sangue
Vencidos e desnaturados,
Na metáfora pura
Da metonímia
Do gramaticado.

Por: Adriana Caitano Ribeiro.