terça-feira, 15 de setembro de 2009
Caronte
CARONTE
Caronte, juntos agora remaremos:
eu com a música, tu com os remos.
Meus pais, meus avós, meus irmãos,
já também vieram, pelas tuas mãos.
Mas eu sempre fui a mais marinheira:
trata-me como tua companheira.
Fala-me das coisas que estão por aqui,
das águas, das névoas, dos peixes, de ti.
Que mundo tão suave! Que barca tão calma!
Meu corpo não viste: sou alma.
Doce é deixar-se, e ternura o fim
do que se amava. Quem soube de mim?
Dize: a voz dos homens fala-nos, ainda?
Não, que antes do meio sua voz é finda.
Rema com doçura, rema devagar:
não estremeças este plácido lugar.
Pago-te em sonho, pago-te em cantiga,
pago-te em estrela, em amor de amiga.
Dize, a voz dos deuses onde principia,
neste mundo vosso, de perene dia?
Caronte, narra mais tarde, a quem vier,
como a sombra trouxeste aqui de uma mulher
tão só, que te fez seu amigo;
tão doce - adeus! - que canta até contigo!
(Cecília Meireles)
*Caronte (em grego, Χάρων — o brilho) era uma figura mitológica do mundo inferior grego (o Hades) que transportava os recém-mortos na sua barca através do Aqueronte, rio que delimitava a região infernal, até o local no Hades que lhes era destinado. Era costume grego colocar uma moeda, chamada óbolo, sob a língua do cadáver, para pagar Caronte pela viagem. Se a alma não pudesse pagar ficaria forçosamente na margem do Aqueronte para toda a eternidade, e os gregos temiam que pudesse regressar para perturbar os vivos. Caronte era muitas vezes retratado com uma máscara de bronze na qual ocultava sua verdadeira face macabra que faria os recém-mortos repensarem em entrar na barca caronte recebeu esta tarfa após ter tentado roubar a caixa de pandora,surpreendido por Zeus ele foi mandado para o Erebus onde deveria cumprir sua tarefa.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Caronte
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário