sábado, 4 de abril de 2009

Star Wars - Modernidade e Pós-modernidade


STAR WARS


Há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante...

E não tão distante assim, em 1977 surgia um filme que ninguém apostava no seu sucesso e que simplesmente achavam ridículo. Mas esse mesmo filme mudou a história do cinema e aí surgiu a era “blockbuster” (arrasa-quarteirões). Foi preciso muita ousadia do cineasta George Lucas para enfrentar preconceitos e deboches. Mas qual gênio que mudou drasticamente algo na humanidade não sofreu coisas parecidas?

A história espacial começou pela metade, visto que George Lucas achava que seria a parte mais interessante de se começar (nem ele mesmo sabia se o filme faria sucesso e se daria para concluir sua história posteriormente) e também pela tecnologia disponível na época. A história começou pelo episódio 4, em 1977, e o sucesso foi tanto que o dinheiro deu para custear os dois próximos filmes. Assim, foram lançados os episódios 5 (1980) e 6 (1983), tendo um sucesso semelhante e marcando gerações.

Vinte e dois anos depois, em 1999, George Lucas decidiu que era hora de voltar ao tempo e realizar os primeiros episódios de Star Wars, história essa que se passa antes da trilogia original, ou seja, episódios 4, 5 e 6. Então é lançado o episódio 1, sucesso de bilheteria no cinema, mesmo com a história considerada por muitos fraca. A persistência de Lucas o fez realizar os episódios 2 (2002) e 3 (2005). Na ordem cronológica, os filmes e seus respectivos nomes e anos de exibição ficam assim:

Ø Star Wars – Episódio 1: A Ameaça Fantasma (1999);
Ø Star Wars – Episódio 2: Ataque dos Clones (2002);
Ø Star Wars – Episódio 3: A Vingança dos Sith (2005);
Ø Star Wars – Episódio 4: Uma Nova Esperança (1977);
Ø Star Wars – Episódio 5: O Império Contra-Ataca (1980);
Ø Star Wars – Episódio 6: O Retorno de Jedi (1983).

Star Wars é um fenômeno de massa, atingindo inúmeras pessoas ao redor do planeta e sendo lançadas revistas, bonecos, livros, seriados, fantasias e vários outros itens colecionáveis.

Após essa revisão toda, chego onde quero realmente falar. A modernidade trouxe Star Wars à vida e nos presenteou com uma primeira trilogia fantástica que com certeza deve ter feito parte da imaginação de muitas pessoas naquela época. As pessoas se sentiam ao lado de Luke Skywalker dentro de sua nave, aprendendo mais sobre a Força e sofrendo ou temendo em suas lutas contra seu pai, o poderoso sith Darth Vader. Também riram muito com as trapalhadas de C3PO e seu fiel amigo R2D2 (porque não Dom Quixote e Sancho Pança?), assim como torceram pelo amor de Leia e Han Solo.

A segunda trilogia, que conta o início da história, apresentou um mundo de efeitos especiais maravilhosos e lindos, mas a história ficou mais fraca. Ao ver as batalhas de naves ou o romance de Anakin Skywalker (futuro Darth Vader) com Padmé, nos sentimos lá distantes, apenas acompanhando uma bela pintura em uma parede e sem vida. Como até li em outro site, os personagens parecem apenas bonecos parados em uma prateleira e que não despertam nenhuma emoção no telespectador. Não estou detonando os filmes, afinal, gosto e sou fã de Star Wars. Aprecio todos os 6 episódios. Mas acredito que os episódios de 1 a 3 poderiam ter sido melhores. Mas os tempos são outros e a essência do mundo pós-moderno já não leva tão em conta emoções assim.

E aqui concluo os meus pensamentos voltando para a era que estamos passando: a pós-modernidade. Essa mesma era que o homem é um ser “nem aí”, que não tem relações com o seu passado, que nem Deus e nem o próprio homem valem mais nada para si mesmo, começamos a compreender um pouco a arte e a atual situação em que passamos. Deixamos de dar valor em sentimentos e naquilo que somos para poder cumprir um papel fantasioso, de valorizar mais o nada, de cortar relações com nossa essência. Não sei se alguém me compreendeu até aqui, mas fiz essa analogia com Star Wars para enfatizar a mudança no comportamento do ser humano. E isso se reflete na arte, na pintura, na música e em filmes como Star Wars. O que está ganhando mais espaço: a profunda análise da mulher em canções de Chico Buarque ou funks que repetem palavras como se fôssemos acéfalos?

E em Star Wars, deixou-se de valorizar e aprofundar a essência humana das personagens para dar espaço à tecnologia, ao visual que a pós-modernidade pode oferecer. Talvez algum jovem leitor que venha a ler isso aqui ache tudo uma grande bobagem e que andei bebendo ou fumando umas. Talvez o cérebro desse mesmo jovem já esteja acostumado e adaptado para ser mais receptivo com todas as inovações do século XXI. Não estou dizendo que os filmes de hoje não despertem emoções. Mas, quando despertam, é pela aventura e inovação. Se forem para o lado de despertar emoção na personalidade das personagens, talvez façam pouco sucesso. E aí, discordam?

Saudosista eu? Olha que o primeiro filme que vi foi o episódio 1!

Um comentário:

Eduardo Torres disse...

Mto legal e eu concordo!inclusive jah falamos sobre isso....mara amigo! parabens pelo blog!abração!