sábado, 16 de janeiro de 2010

Meus oito anos!




Olá, pessoas! E aqui estou eu vivendo os momentos iniciais da nova fase da minha vida. Muitas, mas muitas lembranças e saudades de tempos antigos vieram à tona nessa semana, principalmente por remeterem a uma época sem preocupações, responsabilidades e muitas outras coisas de adultos. Coincidentemente, meus oito anos estão marcados na minha infância, assim como foi para Casimiro de Abreu. Época de jogar videogame Turbo Game todos os dias com o meu melhor amigo, fantasiar que era o Nick do desenho Perdido nas Estrelas, tentar construir uma casa na árvore, brincar com o Vivinho (cachorrinho), época que eu sentia a magia do natal lá no fundo da alma, época que a família era completa, que eu estava na terceira série, que eu sonhava em ter um Super Nintendo pra jogar Street Fighter 2, época que era legal ser criança e brincar na rua (minha brincadeira favorita era pique-esconde), época que meu desenho favorito era Tartarugas Ninja...

Tantas lembranças, tanta magia que cercava o meu mundinho. Engraçado notar que eu pensava que a minha vida adulta seria parecida com a dos meus irmãos mais velhos, talvez este um dos fatores por eu gostar tanto de músicas antigas dos anos 80 e 90. Eles aumentavam o volume do som bem alto e era uma época que não tinha perigo dar festinhas em casa. "Oh, que saudades que eu tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais"!


MEUS OITO ANOS
Casimiro de Abreu

Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh ! dias de minha infância!
Oh ! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez de mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberta ao peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo,
E despertava a cantar!

Oh ! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
- Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

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