terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Reforma ortográfica!


Olá, amigos! Como foram de réveillon? Pois é, mais um ano se inicia e mais uma etapa da vida também. E como primeiro post de 2009, começo falando de algo pertecente à minha área de atuação: a língua portuguesa!

E o ano já começa com uma novidade para os falantes da língua portuguesa: o acordo ortográfico que tende a unificar a língua escrita portuguesa. Mas até onde isso é bom ou é ruim?

É bom pelo sentido de utilizarmos uma língua escrita mais unificada sem o "p" ou "c" mudo (bom para nós do Brasil, mas talvez nem tanto para os portugueses) como por exemplo em "óptimo" (ótimo) e "acto" (ato). Bom para não ter que adaptar acordos ou textos escritos e enviados para outros países falantes de uma mesma língua. Ou seja, tentar resolver a parte política ou burocrática do negócio.

Mas a parte ruim é que os falantes desses países têm dialetos diferentes, modos de se expressar característicos, palavras para designar coisas ou objetos diferentes. Já perceberam que filmes portugueses não passam no Brasil? Se passassem, teriam de ser dublados, pois muitas palavras soam até irreconhecíveis para nós. São duas línguas diferentes, apesar de serem chamadas de "português", na minha humilde e leiga opinião. A língua falada é que faz evoluir a língua escrita, como a própria história mostra. Coisas que antes eram consideradas "erradas", hoje são tidas como "certas" porque se incorporou na língua de classes dominantes (a chamada "língua padrão).

Só um parêntese na conversa, mas para quem segue a visão linguística da língua (inclusive este que escreve aqui neste blog) não há erros de português, mas "desvios" da língua chamada padrão. Ou seja, chega uma classe dominante e diz que o único modo de se escrever e falar é aquele. Mas há a classe dominada, que é composta por um número de pessoas infinitamente maior, que utiliza outros modos de falar da língua e conseguem se entender. Então, por que seria "erro" se todos conseguem se entender? Para nós, linguistas (que chique!), erro seria algo que os próprios falantes não entendessem. Só que como cada ambiente exige uma roupa adequada, como o trabalho ou uma praia, com a língua é mais ou menos a mesma coisa: há um português para a conversa com a sua família, outro para o vestibular da universidade, outro para uma reunião no trabalho, outro para namorar e mais um outro para um momento descontraído num bar ou numa praia. Concluindo: a nossa língua é rica em diversidade! O que não pode existir é o preconceito ou a imposição de uma classe dominante. Talvez seja por isso que muitos não gostam de português ou não entendem muito bem a matéria na escola: só se trabalha um tipo de visão da língua. Uma pena.

O acordo ortográfico já está aí e teremos até 2012 para nos adaptarmos. Algumas novas regras são fáceis; outras serão aceitas como o tempo (eta hifens...). A língua escrita pode se tornar homogênea para os países falantes da língua portuguesa, mas será diferente no que diz respeito à evolução ou modo de se expressar de cada povo (até o Brasil é bastante diversificado em seus dialetos). As línguas se modificam a todo momento, por isso frases hoje consideradas erradas, poderão ser certas no futuro (Exemplo: "eu enfrentava os batalhão, os alemão e seus canhão", ou até mesmo "vc tá bem?").

Ficam aqui as perguntas: será benéfico unificar a língua escrita? E a influência da língua falada de cada povo?

Só o futuro para responder.
(Aqui termina o texto que eu mesmo elaborei)


O QUE MUDA NA LÍNGUA ESCRITA:

De acordo com especialistas, 0,45% das palavras brasileiras sofrerão alterações, ao passo que em Portugal haverá mudanças em 1,6% dos vocábulos. As regras que mudam são as seguintes:

- Novas letras: com a inclusão de K, W e Y, nosso alfabeto
passa a ter 26 letras;

- Trema: foi extinto, com exceção de
nomes próprios. A grafia passa a ser: linguiça e frequente;

- Perdem o acento gráfico:

* Paroxítonas terminadas em “ei” e “oi”. Exemplos: Debiloide e Epopeia;
* Hiatos “oo” e “ee”. Exemplos: Abençoo e leem;
* Homógrafos. Exemplos: Pára (do verbo parar) e Para (preposição);
* Formas verbais rizotônicas “gue”,“que”, “gui” e “qui”. Exemplos: Arguir e Redarguir;
* “i” e “u” tônicos precedidos de ditongo. Exemplos: Boicaiuva e Feiura.

- Elimina-se o hífen:

* Palavras terminadas em vogal +iniciadas por “r” ou “s”, que passam a ser dobradas. Exemplos: Antissocial e Antirreligioso;
* Palavras terminadas em vogal + iniciadas por vogal. Exemplo: Autoaprendizagem e Plurianual;
* Palavras compostas que, pelo uso, perderam a noção de composição. Exemplo: Paraquedas.

- Entra hífen:

* Palavras terminadas em vogal + iniciadas pela mesma vogal. Exemplo: Anti-inflamatório e Contra-ataque.

Pontos em aberto

O acordo não define todos os usos de hífens, por exemplo. Assim, palavras como pé-de-cabra, ainda não têm o rumo certo e dependem da elaboração de um vocabulário pela Academia Brasileira de Letras e pelos órgãos dos outros sete países signatários.

História do acordo

O acordo ortográfico da língua portuguesa foi assinado em Lisboa em 1990 e deveria ter entrado em vigor em 1994, o que não se concretizou. Em 1998, foi assinado em Cabo Verde um protocolo que modificava a data de vigência, que foi ratificado em 2002.

Sem que as mudanças se aplicassem, em 2004 foi assinado um novo protocolo modificativo, que previa a adesão do Timor Leste, independente desde 2002. Este novo protocolo previa que as mudanças na ortografia entrariam em vigor a partir da assinatura de três países.

O acordo ortográfico já foi ratificado por Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Portugal, e, portanto, pode entrar em vigor. O processo de implementação em cada país pode variar.

Em Portugal, o acordo foi aprovado em maio e a nova ortografia deverá ser obrigatória dentro de seis anos.

Calendário das mudanças

As mudanças na escrita começam a valer a partir de 1º de janeiro de 2009. A reforma da ortografia pretende unificar o registro escrito nos oito países que falam português - Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal.

De 2009 até 31 de dezembro de 2012, ou seja, durante quatro anos, o país terá um período de transição, no qual ficam valendo tanto a ortografia atual quanto as novas regras. Assim, concursos e vestibulares deverão aceitar as duas formas de escrita – a atual e a nova.

Nos livros escolares, a incorporação das mudanças será obrigatória a partir de 2010. Em 2009, podem circular livros tanto na atual quanto na nova ortografia.

(Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL778503-5604,00-PARA+ESPECIALISTAS+HIFEN+PODE+COMPLICAR+REFORMA+ORTOGRAFICA.html )

Um comentário:

Anônimo disse...

Um texto realista o seu, pois injeção na bunda lah em Portugal é" PICA NO CU". Nossas regras ortográficas não podiam se dissolver assim, mas vou me acostumar né!!

Parabens! Uma aula online!
Beijo!

Loane